Este livro trata da passagem do tempo. A artista utiliza as plantas de seu quintal como metáfora e como matéria prima para a produção dos papéis artesanais, a partir da mesma fibra da planta representada, o perfumado lírio do brejo (Hedychium coronarium). A representação dos estágios da flor se dá por meio da colagem de delicados retalhos de papel. A poética envolve o processo e o embate com a matéria, os quais, com seus tempos próprios, promovem um diálogo entre arcaico e contemporâneo.

Neste livro a artista trabalha sobre papéis artesanais de sua autoria, a partir de fibras vegetais, propondo um mergulho em suas páginas, as quais se tornam menores à medida que se aproximam de seu interior. As imagens trazem representações de diferentes ciclos de vida de plantas obtidas de seu quintal, capturadas por meio da técnica da monotipia. A impressão é obtida quando a forma que lhe deu origem é retirada, gravando marcas de sua ausência*.
*Conforme conceito de Georges Didi- Huberman